Minha História com a Nintendo
E aqui vão dois assuntos dos quais eu gosto muito de “confabular”: gestão de produtos e a indústria de jogos. Como fã de jogos e como bom jogador, desde criança sempre gostei muito da nintendo: jogos diferenciados, divertidos, uma empresa que realmente pensava “fora da caixa” e, fui ter meu primeiro super nintendo com 14 anos de idade! É, isso na minha época foi em 1994 ( agora provávelmente você está fazendo as contas pra descobrir minha idade e sim, sou velho 😛 ), era um feito pois como o super nintendo tinha sido lançado em 1990 era ainda uma febre! E, deixem- me contar, para a época as especificações do super nintendo eram tão maravilhosas que eram refletidas em seus jogos: Belos gráficos, uma trilha sonora de dar inveja a qualquer produtor musical, etc. Se você é da geração Z provávelmente deve estar pensando: Esse cara tem algum problema, cadê os jogos AAA, com gráficos em 60 FPS, etc. E eu digo pra vocês, isso ainda estava longe de acontecer mas, pra época era o que tínhamos de mais atual e moderno e os 16 bits da CPU Ricoh 5A22 me divertia horrores com meus irmãos! Rolava até aposta pra ver quem lavava a louça no “International Super Star Soccer”!
Pois bem, o tempo passou e eu aquiri uma linha mais nova de produtos da amada nintendo. Hoje tenho alguns consoles ( do mais novo para o mais antigo ) :
- Nintendo Switch
- Nintendo Wii U
- Nintendo 3DS ( portátil )
- Nintendo Wii
- Nintendo DS ( portátil )
Esse sou eu “felizão” com todos os meus consoles no lugar da casa que chamo “recanto do guerreiro”:
Mas o que isso tem a ver com gestão de produtos, Cleverson? Calma, Eu vou te contar. Em janeiro de 2012 a Nintendo anuncia seu serviço online para consoles, a Nintendo Network e, o mercado, claro, recebeu muito bem. Como usuário você poderia jogar jogos como Mario Kart e outros na rede com meus amigos que estavam muitas vezes a quilômetros de distância sem sair de casa. Fantástico! Porém, meu platô de êxtase começa seu sunset a partir daqui:
Em 20 de maio de 2014 a Nintendo desligou os serviços online, incluindo um serviço chamado de Wi-Fi Connection,(usado para multiplayer e outras façanhas online ). Os consoles afetados foram o Wii e o DS. Após isso, em abril de 2024 a mesma história se repete com o Wii U e o 3DS.
Como a Nintendo deixa dinheiro na mesa, então?
Já ouvi várias reportagens, twittes e anúncios em redes sociais do atual presidente da Nintendo Shuntaro Furukawa dizendo que a empresa não entraria no “Console Wars” conhecido no mundo dos games por embates famosos, principalmente entre sony e microsoft, pelo console com o hardware mais “fancy” e poderoso. Porém, acredito que aqui, o console wars tenha um outro significado. A idéia de não entrar numa briga por hardware não quer dizer que a empresa não empurre um hardware novo a cada pelo menos 6 anos já que os intervalos de lançamento de um console e outro deixam claro que essa é a abordagem. Mais voltando a questão dos serviços online, e quanto aos usuários que não adquiriram um Switch? E quanto ao pessoal que comprou jogos que tinham gameplays online e foram, inclusive, relançados com os mesmos serviços no switch como é o caso de Super Mario Maker, por exemplo?
Eu te respondo, todos eles ficaram “a ver navios” ou seja, sem poder usar o serviço e, as vezes, com o jogo inutilizado pela falta dos mesmos. E foi então que esse grupo de pessoas iluminadas apareceram:
Essas duas iniciativas, recriam com uma iniciativa de código aberto a Nintendo Network tanto para Wii (wiimmfi) tanto para Wii U e 3DS ( Pretendo ). E aí, provávelmente você vai me perguntar: Pra isso funcionar é preciso pessoas trabalhando ( fazendo engenharia reversa dos payloads e servidores dos jogos ) e dinheiro para manter tudo funcionando, certo? Sim, e é aí que entra o meu ponto da Nintendo estar deixando dinheiro na mesa:
O projeto, todos os meses bate pelo menos 200% de arrecadação para manter tudo funcionando e mais, com mais jogos e mais features sendo lançados todos os dias!
Minha conclusão, 50 centavos
Olhando para o passado vemos que o mercado de jogos vem se transformando cada vez mais com o mercado deixando de ser menos “console” e cada vez mais “jogos e serviços”. É uma pena que empresas como a nintendo deixem passar oportunidades como essa e simplesmente descontinuam serviços para forçar a aquisição de novos produtos, no caso aqui, consoles. E aí vai meus 50 centavos de contribuição: falta olhar com um carinho maior os clientes, falta escutar o que os clientes dizem. Você já imaginou se a Nintendo ainda mantivesse os serviços dos consoles passados funcionando? Olha o tamanho da base de clientes jogadores que ela iria ter todos os dias! E, convenhamos, em tempos de internet e informação audiência é tudo!